Martírio de São João Batista
A festa da natividade de são João
Batista ocorre no dia 24 de junho. Ela faz parte da tradição dos cristãos como
esta que celebramos hoje, do martírio de são João Batista. No calendário
litúrgico da Igreja, esta comemoração iniciou na França, no século V, sendo
introduzida em Roma no século seguinte. A origem da comemoração foi a
construção de uma igreja em Sebaste, na Samaria, sobre o local indicado como o
do túmulo de são João Batista.
João era primo de Jesus e foi quem melhor soube levar ao povo a palavra do
Mestre. Jesus dedicou-lhe uma grande simpatia e respeito, como está escrito no
evangelho de são Lucas: "Na verdade vos digo, dentre os nascidos de
mulher, nenhum foi maior que João Batista". João Batista foi o precursor
do Messias. Foi ele que batizou Jesus no rio Jordão e preparou-lhe o caminho
para a pregação entre o povo. Não teve medo e denunciou o adultério do rei
Herodes Antipas, que vivia na imoralidade com sua cunhada Herodíades.
A ousadia do profeta despertou a ira do rei, que imediatamente mandou
prendê-lo. João Batista permaneceu na prisão de Maqueronte, na margem oriental
do mar Morto, por três meses. Até que, durante uma festa no palácio daquela
cidade, a filha de Herodíades, Salomé, instigada pela ardilosa e perversa mãe,
dançou para o rei e seus convidados. A bela moça era uma exímia dançarina e
tinha a exuberância da juventude, o que proporcionou a todos um estonteante espetáculo.
No final, ainda entusiasmado, o rei Herodes disse que ela poderia pedir o que
quisesse como pagamento, porque nada lhe seria negado. Por conselho da mãe, ela
pediu a cabeça de João Batista numa bandeja. Assim, a palavra do rei foi
mantida. Algum tempo depois, o carrasco trazia a cabeça do profeta em um prato,
entregando-a para Salomé e para sua maldosa mãe. O martírio por decapitação de
são João Batista, que nos chegou narrado através do evangelho de são Marcos,
ocorreu no dia 29 de agosto, um ano antes da Paixão de Jesus.
Ainda segundo o evangelista Marcos, João Batista, antes de ser decapitado,
exultou em voz alta: "Agora a minha felicidade será completa; ele deve
crescer, eu, ao contrário, diminuirei". Encerraou, com o martírio, a sua
missão de profeta precursor do Messias.
Joana Maria da Cruz
Joana nasceu numa aldeia de Cancale, França, em 25
de outubro de 1792. Seu pai era um pescador e morreu no mar quando ela tinha
quatro anos. Logo conheceu a pobreza e começou a trabalhar como empregada num
castelo. Sustentava a família enquanto ajudava os idosos abandonados e pobres.
Joana era sensível à miséria dos idosos que encontrava nas ruas, dividindo com
eles seu salário, o pão e o tempo de que dispunha.
Aos dezoito anos de idade, recusou uma proposta
matrimonial de um jovem marinheiro, sinalizando: "Deus me quer para
ele". Aos vinte e cinco anos, deixou sua cidade para ser enfermeira no
hospital Santo Estêvão. Nesse meio tempo, ingressou na Ordem Terceira fundada
por são João Eudes.
Deixou o hospital em 1823 e foi residir e
acompanhar a senhorita Lecoq, mais como amiga do que enfermeira, com quem ficou
por doze anos. Com a morte da senhorita Lecoq, herdou suas poucas economias e a
mobília. Assim, sozinha, associou-se à amiga Francisca Aubert e alugaram um
apartamento, em 1839. Lá acolheu a primeira idosa, pobre, doente, sozinha, cega
e paralítica. Depois dessa, seguiram-se muitas mais. Outras companheiras de
Joana uniram-se a ela na missão e surgiu o primeiro grupo, formando uma
associação para os pobres, sob a condução do vigário do hospital Santo Estêvão.
Em 1841, deixam o apartamento e alugam uma pequena
casa que lhes permite acolher doze idosos doentes e abandonados. Sozinha, Joana
inicia sua campanha junto à população para recolher auxílios, tarefa que
cumprirá até a morte. Mas logo sensibiliza uma rica comerciante e com essa
ajuda consegue comprar um antigo convento. Ele se tornou a Casa-mãe da nascente
Congregação das Irmãzinhas dos Pobres, sob a assistência da Ordem Hospedeira de
São João de Deus, hábito que depois recebeu, tomando o nome de Joana Maria da
Cruz. Adotando o voto de hospitalidade, imprimiu seu próprio carisma: "A
doação como apostolado de caridade para com quem sofre por causa da idade, da
pobreza, da solidão e outras dificuldades".
Assim foi o humilde começo da Congregação, que
rapidamente se estendeu por vários países da Europa. Quando Joana morreu na
França, em 29 de agosto de 1879, na Casa-mãe de Pern, as irmãzinhas eram quase
duas mil e quinhentas, com cento e setenta e sete casas em dez países.
Em setembro de 1885, estabeleceram-se na América
do Sul, fundando a primeira Casa na cidade de Valparaíso, no Chile, a qual logo
foi destruída por um terremoto e reconstruída em Viña del Mar. Atualizando-se
às necessidades temporais, hoje são quase duzentas casas em trinta e um países
na Europa, América, África, Ásia e Oceania.
Uma obra fruto da visão da fundadora, Joana Jugan,
madre Joana Maria da Cruz, que "soube intuir as necessidades mais
profundas dos anciãos e entregou sua vida a seu serviço", para ser
festejada no dia de sua morte, como disse o papa João Paulo II quando a
beatificou em 1982.
Nenhum comentário:
Postar um comentário