São Tiago Maior
Nascido em Betsaida, este apóstolo do Senhor era
filho de Zebedeu e de Salomé e irmão do apóstolo João, o Evangelista.
Pescador juntamente com seu irmão João, foi chamado
por Jesus a ser discípulo d'Ele. Aceitou o chamado do Mestre e, deixando tudo,
seguiu os passos do Senhor.
Dentre os doze apóstolos, São Tiago foi um grande
amigo de Nosso Senhor fazendo parte daquele grupo mais íntimo de Jesus (formado
por Pedro, Tiago e João) testemunhando, assim, milagres e acontecimentos como a
cura da sogra de Pedro, a Transfiguração de Jesus, entre outros.
Procurou viver com fidelidade o seu discipulado. No
entanto, foi somente após a vinda do Espírito Santo em Pentecostes que São
Tiago correspondeu concretamente aos desígnios de Deus. No livro dos Atos dos
Apóstolos, vemos o belo testemunho de São Tiago, o primeiro dentre os doze
apóstolos a derramar o próprio sangue pela causa do Evangelho:
"Por aquele tempo, o rei Herodes tomou medidas
visando maltratar alguns membros da Igreja. Mandou matar à espada Tiago, irmão
de João" (At 12,1-2).
Segundo uma tradição, antes de ser martirizado, São
Tiago abraçou um carcereiro desejando-lhe "a Paz de Cristo". Este
gesto converteu o carcereiro que, assumindo a fé em Jesus, foi martirizado
juntamente com o apóstolo.
Existe ainda outra tradição sobre os lugares em que
São Tiago passou, levando a Boa Nova do Reino. Dentre estes lugares, a Espanha
onde, a partir do Século IX, teve início a devoção a São Tiago de Compostela.
São Tiago Maior, rogai por nós!
São Cristóvão
A devoção a são Cristóvão é uma das mais antigas e populares da Igreja,
tanto do Oriente como do Ocidente. São centenas de igrejas dedicadas a ele em
todos os países do mundo. Também não faltam irmandades, patronatos, conventos e
instituições que tomaram o seu nome, para homenageá-lo. Ele consta da relação
dos "quatorze santos auxiliadores" invocados para interceder pelo
povo nos momentos de aflições e dificuldades. Assim, o vigor desta veneração
percorreu os tempos com igual intensidade e alcançou os nossos dias da mesma
maneira.
Entretanto são poucos os dados precisos sobre sua vida. Só se tem conhecimento
comprovado de que Cristóvão era um homem alto e musculoso, extremamente forte.
Alguns escritos antigos o descrevem como portador de "uma força hercúlea".
Pregou na Lícia e foi martirizado, a mando do imperador Décio, no ano 250.
Depois disso, as informações fazem parte da tradição oral cristã, propagada
pela fé dos devotos ao longo dos tempos, e que a Igreja respeita.
Ela nos conta que seu nome era Réprobo e que nasceu na Palestina. Como um
verdadeiro gigante Golias, não havia quem lhe fizesse frente em termos de força
física. Assim, só podia ter a profissão que tinha: guerreiro. Aliás, era um
guerreiro indomável e invencível. A sua simples presença era garantia de
vitória para o exército do qual participasse.
Conta-se que, estando cansado de servir aos caprichos de um e outro rei, apenas
porque fora contratado para lutar em seu favor, foi procurar o maior e mais
poderoso de todos, para servir somente a este. Então, ele se decidiu colocar a
serviço de satanás, pois não havia quem não se curvasse de medo ao ouvir seu
nome.
Mas também se decepcionou. Notou que toda vez que seu chefe tinha de passar
diante da cruz, mudava de caminho, evitando o encontro com o símbolo de Jesus.
Abandonou o anjo do mal e passou, então, a procurar o Senhor. Um eremita o
orientou a praticar a caridade para servir ao Todo Poderoso como desejava,
então ele abandonou as armas imediatamente. Integrou-se a uma instituição de
caridade e passou a ajudar os viajantes. De dia ou de noite, ficava às margens
de um rio onde não havia pontes e onde várias pessoas se afogaram por causa da
profundidade, transportando os viajantes de uma margem à outra.
Certo dia, fez o mesmo com um menino. Mas conforme atravessava o rio, a criança
ia ficando mais pesada e só com muito custo e sofrimento ele conseguiu
depositar com segurança o menino na outra margem. Então perguntou: "Como
pode ser isso? Parece que carreguei o mundo nas costas". O menino respondeu:
"Não carregou o mundo, mas sim seu Criador". Assim Jesus se revelou a
ele e o convidou a ser seu apóstolo.
O gigante mudou seu nome para Cristóvão, que significa algo próximo de
"carregador de Cristo", e passou a peregrinar levando a palavra de
Cristo. Foi à Síria, onde sua figura espetacular e nada normal chamava a
atenção e atraía quem o ouvisse. Ele, então, falava do cristianismo e convertia
mais e mais pessoas. Por esse seu apostolado foi denunciado ao imperador Décio,
que o mandou prender. Mas não foi nada fácil, não por causa de sua força
física, mas pelo poder de sua pregação.
Os primeiros quarenta soldados que tentaram prendê-lo converteram-se e por isso
foram todos martirizados. Depois, quando já estava no cárcere, mandaram duas
mulheres, Nicete e Aquilina, à sua cela para testar suas virtudes. Elas também
abandonaram o pecado e batizaram-se, sendo igualmente mortas. Foi quando o
tirano, muito irado, mandou que ele fosse submetido a suplícios e em seguida o
matassem. Cristóvão foi, então, flagelado, golpeado com flechas, jogado no fogo
e por fim decapitado.
São Cristóvão é popularmente conhecido como o protetor dos viajantes, assim
como dos motoristas e dos condutores.
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