São
Símaco
Neste
dia, celebramos um santo Papa que enfrentou um período da história em que a
Igreja sofria com pressões internas e externas.
Nasceu
na Ilha da Sardenha no século V. Pertenceu ao clero romano e foi eleito Papa em
498. No tempo de Símaco, a Igreja era duramente atingida por perseguições.
Muitas
famílias tradicionais de Roma, bem como o Senado, buscavam de todas as formas
influenciar a ação da Igreja, trazendo assim muitos prejuízos; isto perdurou
por um tempo até levantar-se Símaco. O santo Papa combateu e venceu estes
"invasores", recuperando assim a total liberdade da Igreja, na sua
organização e disciplina.
Com
a queda do império romano e a invasão dos vândalos, godos, visigodos e
longobardos, que começavam a dominar o Ocidente, São Símaco, na ousadia, entrou
nas intrigas sociais e políticas, para assim tomar partido da paz e da harmonia
e não de algum dos lados. Na função eficiente de pai comum, suscitou a inveja
do imperador do Oriente que começou a perseguir os cristãos; em resposta a esta
atitude corrigiu Símaco: "Lança um olhar, o Imperador, a tantos príncipes
que perseguiram a Igreja e vê como todos eles tiveram triste fim, ao passo que
a Igreja perseguida continua com tanto mais glória, quanto mais violenta lhe
foi a perseguição".
Símaco
era conciliador, homem de justiça e sinal de paz.
Em
514 ele partiu para a glória celeste e intercede por nós, para que nos tempos
de hoje, por amor a Cristo e à Igreja, sejamos promotores da paz.
São
Símaco, rogai por nós!
São Serafim de
Sarov
Prothor
Moshnim nasceu em 1759, na cidade de Kursk, na Rússia, onde seus pais eram
comerciantes. Aos dez anos, ficou muito doente. Nossa Senhora apareceu-lhe em
sonho prometendo que seria curado por ela. De fato, alguns dias depois ele se
recuperou, após tocar no quadro de Nossa Senhora durante uma procissão.
Desde menino, gostava de ler o Evangelho, ir à igreja e isolar-se para rezar.
Confirmou sua vocação na idade de dezoito anos, quando ingressou no Mosteiro de
Sarov. Lá, fez seus votos de abstinência, vigília e castidade. Costumava
isolar-se em uma choupana numa floresta próxima, dedicado às orações e
penitências. Mas durante três anos teve de ficar numa cama, após adoecer
gravemente. Novamente, a Virgem Maria apareceu-lhe, dessa vez acompanhada por alguns
santos, e curou-o após tocá-lo.
Aos vinte e sete anos, recebeu o hábito de monge e tomou o nome de Serafim, que
em hebraico significa ardente. Tinha o dom de ver os anjos, santos, Nossa
Senhora e Jesus Cristo também. Numa liturgia, viu o próprio Jesus entrando na
igreja junto com os anjos e santos e abençoando o povo que estava na igreja.
Serafim ficou tão atônito que por muito tempo perdeu a voz.
Sete anos depois, ele se isolou no interior da floresta, onde alcançou uma
grande perfeição espiritual. Mas foi atacado por ladrões e seriamente ferido.
Mesmo tendo uma constituição física muito forte, e na mão um machado, ele não
ofereceu nenhuma resistência. E como não tinha dinheiro foi espancado, quase
morrendo. Em seguida, os ladrões foram detidos e no julgamento o monge
intercedeu por eles. Desde então, Serafim ficou curvado para o resto da vida.
Depois desse episódio, iniciou um período de penitência. Ficou durante mil dias
e mil noites isolado na floresta. De dia ficava ajoelhado numa pedra com as mãos
erguidas para o céu e à noite desaparecia dentro da floresta. Após outra
aparição de Nossa Senhora, quase no final de sua vida, Serafim adquiriu o dom
da transfiguração do Espírito Santo e tornou-se um guia espiritual dentro do
mosteiro. Milhares e milhares de pessoas, de todas as classes sociais, foram
enriquecidas com os seus ensinamentos. Para todos, apresentava-se radiante,
humilde e caridoso. Dizia: "Alegria não é pecado. Ela afugenta o cansaço,
que pode se transformar em desânimo; e não há nada na vida pior do que o
desânimo".
Serafim morreu deixando claro o ensinamento que seguiu a vida toda: "É
preciso que o Espírito Santo entre no coração. Tudo aquilo que nós fazemos de
bom por causa de Cristo dá-nos a presença do Espírito Santo, mas a oração, que
está sempre ao nosso alcance, no-lo dá muito mais". A igreja do Mosteiro
de Sarov, na cidade de Krusk, abriga os seus restos mortais.
Santo Arsênio
Arsênio,
que pertencia a uma nobre e tradicional família de senadores, nasceu no ano
354, em Roma. Segundo os registros, ele foi ordenado sacerdote, pessoalmente,
pelo papa Dâmaso. Em 383, o próprio imperador Teodósio convidou-o para cuidar
da educação e formação de seus filhos Arcádio e Honório, em Constantinopla.
Arsênio permaneceu na Corte por onze anos, até 394. Enfim, conseguiu a
exoneração do cargo e retirou-se para o deserto no Egito.
O mundo católico passava por muitas transformações. Nos séculos anteriores, o
martírio, a morte pela fé na palavra de Cristo, era o melhor exemplo para a salvação
da alma. A partir do século IV, a "morte em vida" passou a ser o
sacrifício mais perfeito para a purificação, com o aparecimento dos eremitas no
Oriente. Eram cristãos e isolavam-se no deserto, em oração e penitência, numa
vida solitária e contemplativa, como forma de servir a Deus.
No início, sozinhos, depois se organizavam em pequenas comunidades. Havia
apenas uma regra ascética, para fixar o período de jejum e oração, mas que
mantinha uma rígida separação, inclusive de convivência entre eles mesmos.
Arsênio tornou-se um deles. O seu refúgio, no deserto egípcio da Alexandria,
era dos mais procurados pelos cristãos, que buscavam, na sabedoria e santidade
de alguns ermitãos, conselhos e paz para as aflições da alma, mesmo que para
tanto tivessem de fazer longas e cansativas peregrinações.
A antiga tradição diz que ele não gostava muito de interromper seu exílio
voluntário para atender aos que o procuravam. Mas, para não usufruir o egoísmo
da solidão total, decidiu juntar-se aos eremitas de Scete, também no deserto da
Alexandria, os quais já viviam parcialmente em comunidade, para não se isolarem
totalmente dos demais seres humanos.
Mas a paz e a tranqüilidade daqueles religiosos findaram com a invasão de uma
tribo das redondezas. Arsênio, então, abandonou o local. Entre 434 e 450, viveu
isolado, só nos últimos anos aceitando a companhia de uns poucos discípulos.
Ele acabou recebendo de Deus o dom das lágrimas. Em oração ou penitência,
quando se emocionava com o Evangelho, caia em prantos. Morreu em Troc, perto de
Mênfis, em 450.
A importância de santo Arsênio na história da Igreja prende-se à importância da
época em que nasceu e viveu. Foi um dos mais conhecidos eremitas do Egito,
sendo considerado um dos "Padres do deserto". O seu legado chegou-nos
por meio de uma crônica biográfica e de suas sábias máximas, escritas por
Daniel de Pharan, um dos seus discípulos. Além de um retrato estampando sua
bela figura de homem alto e astuto, feito pelo mesmo discípulo.
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