Há alguns anos, o caminhoneiro tinha a imagem romântica de um profissional que vivia na estrada, transportando o progresso, enfrentando os problemas de trabalho para sustentar a família com dignidade. Era visto como um irmão da estrada, avisando com sinais próprios sobre os perigos, sempre disposto a ajudar o colega ou mesmo o motorista particular nas ultrapassagens arriscadas. Hoje os caminhoneiros estão organizados em sindicatos; os problemas que eles enfrentam, para a própria sobrevivência e a da família, são conhecidos por meio de suas manifestações de desagrado, greves etc. Essas reivindicações tiveram início na década de 1980, com a recessão, e no início da década de 1990. Nesse período, o volume de cargas a transportar diminuiu, e a concorrência aumentou, com a chegada dos novatos que usavam a indenização para comprar caminhões. Por essa razão, os valores dos fretes caíram. Atualmente, a categoria é, em geral, composta por profissionais autônomos. Isso ocorre porque eles podem dispor de seu tempo. A faixa etária oscila entre 30 e 54 anos, ao contrário dos motoristas com vínculo empregatício, cuja faixa etária está entre 25 e 40 anos. Em relação ao caminhão, a frota do autônomo está com idade média de, pelo menos, 15 anos. Entretanto, a renovação dela está ocorrendo, embora não acompanhe a velocidade das transportadoras. A comunicação eletrônica segmentada, via rádio, desperta bastante interesse no caminhoneiro, pois representa, para ele, não só uma maneira de ser ouvido, como também um veículo de atualização e entretenimento. A maioria dos caminhoneiros possui telefone celular. A internet, que dispõe de vários portais de cargas e sites voltados para o segmento, assim como o computador, já tem uma expressiva penetração no meio, sobretudo entre os autônomos, que em geral possuem computador em casa. O autônomo, portanto, representa uma grande força no transporte rodoviário e na matriz da logística de distribuição de cargas no país.
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