São Bernardino Realino
Bernardino nasceu
no dia 1o de dezembro de 1530, na rica e nobre família dos Realino, na ilha de
Capri, em Nápoles. O jovem Bernardino aprofundou-se nas ciências humanísticas,
estudando na academia de Modena e depois na Universidade de Bolonha, formando-se
em filosofia, medicina, direito civil e eclesiástico.
Com vinte e cinco anos de idade, enveredou por uma carreira administrativa sob
a proteção do governador de Milão, um cardeal amigo pessoal de seu pai.
Bernardino ocupou cargos importantes, social e politicamente. Foi prefeito de
Felizzano de Monferrato, advogado fiscal em Alexandria, depois prefeito de
Cassine, prefeito de Castel Leone e, finalmente, auditor e lugar-tenente de
Nápoles.
Todavia abandonou tudo, pois, quando doente, recebeu a aparição de Nossa
Senhora carregando o Menino Jesus nos braços. Era o ano de 1564. Desde então,
com a ajuda de um padre jesuíta que se tornou seu orientador espiritual,
Bernardino assumiu definitivamente a vida religiosa. Aos trinta e cinco anos de
idade, ele foi ordenado padre jesuíta. Além de continuar o trabalho social em
favor dos pobres, que sempre realizara, tornou-se um perfeito pastor de almas:
evangelizador e confessor.
Possuindo o dom da cura e do conselho, era procurado por bispos e príncipes que
desejavam sua iluminada orientação. O próprio papa Paulo V, assim como diversos
soberanos, lhe escrevia, pedindo orações.
Em 1574, foi enviado a Lecce para fundar um colégio jesuíta, onde exerceu o
apostolado durante quarenta e dois anos. A sua atuação na comunidade foi tão
vital para todos, que, quando estava no seu leito de morte, ele se viu cercado
pelo Conselho Municipal, que pedia sua proteção eterna para a cidade.
Equivale a dizer que estavam lhe pedindo ainda em vida que aceitasse ser o
padroeiro daquela diocese, tal a sólida fama de sua santidade. Talvez um fato
único já registrado pelos católicos. Isso porque santo protetor toda cidade
escolhe um. Eleger um santo patrono antes mesmo de este ser canonizado também
não é uma situação nova na história das comunidades cristãs. Mas pedir
permissão pessoalmente a um homem para que aceite de viva voz ser o padroeiro
de uma cidade, realmente, é um raro acontecimento na Igreja.
Ele morreu aos oitenta e seis anos de idade, no dia 2 de julho de 1616, em
Lecce. Cultuado em vida como santo, foi beatificado, em 1895, pelo papa Leão
XIII e canonizado pelo papa Pio XII em 1947. São Bernardino Realino é o
padroeiro das cidades de Lecce e Capri.
São Processo e São Martiniano
Os martírios de
cristãos, para frustração dos governantes e opositores da Igreja, não só
acabavam produzindo no povo pagão um sentimento de pena e solidariedade como
também frutificavam em conversões inesperadas para os dominantes e exemplares
para a população. Foi o caso de Processo e Martiniano, que eram carcereiros de
são Pedro nos anos 64 ou 67.
Eram soldados romanos, mais exatamente carcereiros. Sensibilizaram-se com as
pregações feitas pelo apóstolo no cárcere Marmetino. Encantaram-se com os
ensinamentos de Jesus, converteram-se e foram batizados pelo próprio são Pedro,
preso que eles vigiavam. Após a execução de Pedro, mudaram totalmente seu
comportamento.
Ao serem acusados, seus superiores mandaram que participassem de um culto a
Júpiter, ao qual ambos se recusaram firmemente. O resultado é que foram
torturados e mortos a fio de espada, no centro do anfiteatro romano.
No futuro, receberiam a honra de uma homilia do papa São Gregório Magno, a
trigésima segunda, bem como o traslado de suas relíquias para o Vaticano no
século IX.
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