Cuidado com as palavras - Pe. zezinho
A jovem cantou ao microfone : "Jesus é tudo pra mim" A seguir cantou "Quero
amar somente a Ti". O sacerdote disse, no sermão da mesma missa, que São
Tomé exclamou diante de Jesus "Meu Deus e meu tudo".
O advogado católico, atento à celebração, porque também fizera um curso de
catequese e lia teologia, foi à sacristia e fez o padre ver que houve três
desvios doutrinários numa só celebração. O padre não o levou a sério. Não
sabendo quem era o fiel, brincou com ele, dizendo que o advogado cuidasse das
leis que ele cuidaria da teologia. Não disse nada à cantora e não se corrigiu.
Incomodado com a resposta, o advogado foi ao bispo. O bispo tomou providências.
Chamou o padre e exigiu que se retratasse perante o leigo. Este fizera a coisa
certa. De fato, Tomé não dissera "meu Deus e meu tudo" e não se podia
mudar o texto bíblico a bel prazer. Quanto às canções, elas teriam que ser
mudadas, ou não se cantasse mais nenhuma das duas, porque estavam propondo
doutrina que não cabe no catecismo. Ao cantar que Jesus é "tudo"
incluiu coisas que Jesus não é. Jesus não é pecado, nem é violência, nem é
mentira. Metáforas têm limite. Jesus não é tudo o que se conhece.
Ao cantar que queria amar somente a Deus, ignorou o cerne da fé cristã, que
consiste em amarmos a Deus em primeiro e ao próximo como a nós mesmos. O
próprio bispo sugeriu que se mudasse a letra para "dá-me amor imenso a
Ti".
O pregador pediu desculpas, corrigiu-se numa outra pregação, propôs mudanças na
canção e, desde aquele dia, entendeu que não era o dono nem da missa, nem da
pregação nem da teologia. O advogado tinha, sim, o direito de reagir quando
alguém ensinasse ou cantasse coisas dúbias durante a missa. Há dezenas de
canções ensinando erros nas nossas celebrações. Precisam ser corrigidas. Não se
pode deixar como está para ver como é que fica! Não somos donos da canção nem
da liturgia. Afirmação teológica, quando se erra, corrige-se com humildade.
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